Igreja de São Cristóvão
Rua Padre Sevè, 10 – São Cristóvão; Rio de Janeiro, RJ
Em 1627, os jesuítas, donos da grande sesmaria que ia do Rio Comprido até Inhaúma, construíram no litoral além da Gamboa uma igrejinha dedicada a São Cristóvão, então à beira-mar. Afirma-se que à época, os pescadores amarravam as suas embarcações junto às portas da igreja para comparecer às
missas. Próximo à igrejinha passava o Caminho de São Cristóvão o qual, além de servir aos jesuítas, era muito utilizado como via de comunicação da cidade com o interior. A multiplicação dos engenhos e fazendas no interior, bem como a precariedade de acessos por via terrestre para o centro da cidade,
incrementaram a circulação na região. Por essa estrada logo começaram a passar os tropeiros e viajantes, aparecendo no seu entorno uma pequena povoação que passou a ser chamada de Campo de São Cristóvão. Em 1759, o Marquês de Pombal ordenou a expulsão dos jesuítas, e o governador da
Capitania do Rio de Janeiro confiscou as terras de São Cristóvão aos jesuítas.
As fazendas da região foram divididas em quintas e sítios menores, entre os quais a Quinta da Boa Vista. A sede da Fazenda São Cristóvão foi transformada em hospital, o Hospital dos Lázaros, em 1765, existindo até os dias de hoje. O bairro começou a adquirir posição de destaque no cenário carioca a partir de 1810, quando o Príncipe-regente D. João adotou o paço da Quinta da Boa Vista como sua residência oficial. Entretanto, o mar incomodava e manguezais e pântanos se estendiam pela região, incomodando os moradores com insetos e mau-cheiro. Assim, em torno da Quinta cresceram casarões, pavimentaram-se ruas, instalou-se iluminação pública. Durante muitos anos o acesso à igreja era feito pelo mar e, à hora da missa, era às suas portas que os pescadores amarravam suas canoas. O mar, por diversos aterros foi levado para longe, mas a igreja, elevada à matriz em 1865, foi reconstruída e ampliada e hoje se encontra na Praça Padre Sève, e guarda imagens encontradas quando do sequestro dos bens dos jesuítas em 1759.
São elas as de São Cristóvão, São Benedito e N. S. do Rosário. Conhecida por igrejinha em razão da comparação com outra obra dos jesuítas, da arquitetura e componentes originais somente restaram às imagens, as paredes mais espessas, portas e janelas acanhadas e um sino na torre, visto ter sido
completamente destruída e restaurada em 1894, depois de ter sido recuperada à época de D. Pedro I a pedido da Marquesa de Santos.
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